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Joana Rodrigues

Primeiramente, para iniciar a minha reflexão acho relevante referir os Princípios Gerais da Educação Pré-Escolar e os seus objetivos visto que esta é uma das primeiras etapas que a criança encara no processo de educação. No entanto, esta etapa complementa o papel da família.

 

No que diz respeito aos objetivos da Educação Pré-Escolar, estes passam por promover o desenvolvimento pessoal e social da criança tendo por base experiências de vida, numa visão de educar para a cidadania; aumentar a inserção da criança nos diversos grupos sociais, a fim de proporcionar a multiculturalidade. Como outros objetivos encontramos a contribuição para a igualdade de oportunidades no que toca o acesso à escola e aprendizagem e ainda a estimulação do desenvolvimento global de cada criança, respeitando, acima de tudo, as suas características individuais favorecendo aprendizagens quer significativas, quer diversificadas, tal como é apresentado pelo Ministério de Educação de Portugal (2003).

 

Ainda na mesma linha de ideias, o desenvolvimento da expressão e da comunicação através de diferentes linguagens como meio de interação com o mundo, o incentivo quer à participação por parte das famílias no processo educativo, quer ao estabelecimento de relações colaborativas com a comunidade e ainda o procedimento ao despiste de inadaptações, deficiências ou, em alguns casos, precocidades, fomentando assim uma melhor orientação da e para a criança são também objetivos da Educação Pré-Escolar. É de referir também que o simples facto de proporcionar a todas as crianças as condições propícias de bem-estar e segurança, a nível de saúde individual e coletivo.

 

Relativamente às finalidades desta fase de educação, estas caracterizam-se essencialmente por apoiar as famílias na educação das suas crianças, por permitir a cada criança desenvolver a sua autonomia, socialização e ainda o seu intelectual. Ainda, neste parâmetro, a promoção da integração adequada na sociedade das mesmas e a preparação das crianças para uma escolaridade bem alcançada.

 

É de salientar que, para ser educador, é necessário ter todos estes aspetos em atenção. E é devido a tal que usufruo de práticas pedagógicas. Este ano não foi diferente, sendo que este semestre debruçou-se pelo pré-escolar. Ao longo da minha prática, fui capaz de observar que quer a educadora, quer a auxiliar, em diversos momentos mostraram que tinham tais objetivos e finalidades em questão, em cada atividade que era realizada pelas mesmas com as crianças. Tais aspetos foram sempre pensados pela educadora, visto que a mesma aborda aquando da hora no tapete, ou quando as crianças escolhem a brincadeira livre.

 

No decorrer da minha prática pedagógica, verifiquei que esta foi sem dúvida a mais importante para mim e a que me cativou a termos profissionais, sendo uma possibilidade anos mais tarde. Nisto, estas idades, em que foi trabalhado o pré-escolar – cinco e seis anos – são as idades com que mais me identifiquei ao longo de todas as práticas já realizadas.

 

A meu ver, reparei que a minha interação e atitude foi mais ativa, demonstrando muito mais interesse nestas áreas. Nesta prática pedagógica, sinto que interagi mais com as crianças, sendo que quando havia momentos de brincadeira, brincava, mas quando havia situações de conflito, senti-me capaz de amenizar as mesmas.

 

A nível menos positivo, aconteceu um episódio em que tive de confrontar diretamente a crianças pois a mesma demonstrou desrespeito e teve um comportamento abusivo. No que diz respeito ao mesmo nível, houve diversas situações, mas não em termos de desrespeito entre educadora/auxiliar/estagiária e crianças. A nível de divertimento, foram muitos os momentos, até porque algumas crianças intercetavam a fim de interagir nas e visualizar as brincadeiras das mesmas.

 

É de referir que o educador, no entanto, necessita de criar diversas estratégias de comunicação com as crianças de modo a abordar questões com as crianças. Para tal, são apresentadas por Cardona, Nogueira, Vieira, Uva & Tavares (2009) estratégias como a criação de um grupo de discussão, em que se torne possível abordar uma questão ou um problema. Um dos princípios desta estratégia é, sobretudo, a promoção da participação de todas as crianças, sendo capazes de exprimir as suas opiniões. Nisto, as crianças têm de perceber, também, que esse é o principal objetivo. Tal estratégia reforça, por sua vez, um dos objetivos/finalidades da Educação Pré-Escolar.

 

Uma outra estratégia é um conjunto de ideias e a sua construção. Nesta, o principal objetivo é a estimulação e gestão de novas ideias, formado por uma equipa – educador e crianças – e além disso, tais ideias devem ser avaliadas. Umas das demais estratégias apresentadas pelas autoras acima referidas é também a simulação ou dramatização de papéis – roleplay -. Este estratagema possibilita uma apresentação mais divertida de um problema, situação ou acontecimento e o seu principal objetivo é originar diferentes perceções acerca de atitudes.

 

Para fnalizar, e relativamente às atividades que foram realizadas, sinto que foram bem trabalhadas com o grupo da pré 3, uma vez que o mesmo compreendeu e interiorizou adequadamente o pretendido em todas as atividades. No entanto, algumas crianças mostraram mais dificuldades em comparar a sua mãe com a mãe animal, mas depois da explicação, quer da nossa parte, quer da parte da educadora, todas acabaram por entender e elaborar o desenho solicitado.

 

Maria Viveiros

Ao longo da minha prática pedagógica pude constatar a sua extrema importância que esta teve na minha formação enquanto futura educadora/ professora. Todo este processo de aprendizagem prática é fundamental no que concerne à formação de um educador pois aqui o saber é vital, é necessário e indispensável, frente aos novos desafios sócios educativos.

 

O educador/professor tem um papel importante no sistema de ensino, exige o reconhecimento da sua formação contínua através de capacitação, qualificação, aperfeiçoamento e antes de tudo ter um propósito de reflexão inovadora. Um educador/professor enfrenta um grande desafio de se consolidar como profissional reflexivo frente às dificuldades e obstáculos que surge no quotidiano escolar, onde a base da prática é na sala de aula.

 

É evidente que o agente pedagógico constitui-se através do conhecimento e da compreensão do próprio fazer e a possibilidade da transformação da própria prática, sendo a acordo ético-social. Esta noção prevê que um educador/professor tenha consciência das suas ações, analise os seus erros, questionando-se acerca das suas práticas com o propósito de melhorá-las no seu quotidiano. Durante a prática pedagógica deparei-me com muitas dificuldades, visto que nunca tinha tido qualquer tipo de intervenção na vertente pré-escolar.

 

No que diz respeito à interação com as crianças existiu algumas disparidades, algumas crianças tem mais dificuldades na interação com os adultos, no meu caso porque inseri-me naquele espaço no meio do ano, considero-me quase uma intrusa. Na primeira semana tentei observá-las e refleti acerca da forma que podia aproximar-me das crianças. Achei primeiramente que tinha de transmitir respeito e segurança de modo a que percebessem que estava na sala para ajudá-los.

 

Na segunda semana foi mais trabalhosa no que diz respeito à intervenção prática feita por mim e por a minha colega. Nesta semana apresentamos ao grupo uma história e em seguida uma pequena dramatização da mesma. Acho que proporcionamos uma atividade válida, pois esta foi muito suscetível em gerar interação com os colegas. Segundo Katz & Chard (1989 citado por Júlia Formosinho, 1996, p.43) “As atividades informais como as representações dramáticas espontâneas e o trabalho de projeto em grupo em que as crianças exploram e investigam um tópico que as interessa realmente, constroem e fazem coisas em conjunto e comunicam umas às outras o seu trabalho, podem proporcionar contextos importantes para a interação e cooperação autênticas entre os colegas.”.

 

A outra intervenção prática foi o conto de uma história acerca do dia da mãe e posteriormente a criança desenhou e pintou o que pensava acerca a sua mãe. Neste sentido, segundo as Orientações Curriculares do Pré-Escolar “a expressão plástica implica diversificar as situações e experiências de aprendizagem de modo a que a criança vá dominando e utilizando a seu corpo e contactando com diferentes matérias que poderá explorar, manipular e transformar de forma a tomar consciência de si próprio na relação com os objetos”.

 

No que concerne à última semana com a decoração do jardim da escola com objetos recicláveis feitos pelos pais, foi uma experiência única, tentámos que todas as salas da pré-escolar participassem. Esta atividade realizada juntamente com as nossas colegas da sala 2, da qual houve uma grande adesão, contrariamente à sala 1.

 

A instituição escolar é um organismo social que, para obter os resultados educativos pretendidos, reúne pessoas que interagem mutuamente, através de disposições e processos organizativos exclusivos. É um sistema de relações humanas e sociais, onde as pessoas interagem umas com as outras. Por isto, é vista como um ponto importante na nossa prática pois é fundamental que pais/família e toda a comunidade educativa acompanhe e participe na concretização de práticas de autoavaliação das escolas e identificar boas práticas nas interações. 

 

Relativamente às minhas dificuldades senti algumas, no que diz respeito à gestão de tempo nas intervenções práticas, no controle das crianças que estavam sentadas no tapete durante as atividades e ainda a libertar a criança da timidez que sentia enquanto dramatizava a história. Já a organização das crianças em pequenos grupos facilitou o controlo das mesmas, de modo a que concluíssem as atividades pretendidas. Foi uma batalha ganha tentar que as crianças tivessem respeito por mim enquanto adulto, pois não é fácil em tão pouco tempo consegui-lo.

 

Em suma esta intervenção pedagógica foi uma mais- valia enquanto futura educadora/professora. Houve muitas dificuldades devido ao facto de nunca ter experienciado nesta área e ainda à falta de prática. Também aprendi e apreendi algumas técnicas desenvolvidas pela educadora cooperante. Com esta persistente mudança e transformação na educação é necessário ser um profissional reflexivo e estar constante processo de formação para que possamos formar crianças criativas, criticas e autónomas.

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